Em 1971, a empresa japonesa Sony deu luz a um equipamento de videoteipe que executava conteúdos em vídeo armazenados em cartuchos, ao qual deu o nome de Umatic. Nasceu, então, o videocassete.
Mal sabia a Sony, que esse equipamento iria proporcionar uma revolução nos hábitos das pessoas que buscavam entretenimento indo ao cinema ou vendo televisão.
Assim como visionários tipo Bill Gates e Steve Jobs fizeram mais tarde com o computador, a Sony levou para dentro dos lares as salas de exibição de cinema e as de programação das emissoras de televisão.
Logo que o aparelho se popularizou, os primeiros a sentirem seu efeito foram os cinemas.
Em vez de irem à eles ver filmes, o público passou a ir às locadoras de fitas VHS ou Betamax para com seus cartões de locadora alugar fitas para ver em casa por um ou dois dias.
No início veriam muito depois de terem sido os filmes exibidos nos cinemas, assim como já era ver através das emissoras de TV, mas isso já prenunciava que no futuro estes seriam produzidos para serem apresentados diretamente em uma mídia de uso pessoal.
Depois foi a vez da televisão sentir o baque. No que se referia a películas cinematográficas, as sessões de cinema das emissoras perderam audiência para o videocassete em pouco tempo. A TV viu cifras caírem como o cinema viu bilheterias, pois, os patrocinadores migraram seus anúncios para o interior das mídias VHS ou para suas embalagens.
Mas, o pior para as TV não foi isso. Foi, sim, a perda do monopólio de horários e imposição de programação para o telespectador assistir, originada com o advento das fitas virgens.
O telespectador passou a poder ver um televisivo no horário em que era exibido, enquanto gravava a exibição de uma das emissoras concorrentes para ver noutro horário, podendo, ainda, avançar a fita quando as propagandas entrassem.
Programas que iam ao ar nas madrugadas viravam programação da tarde, graças à liberdade que o aparelho dava para programar gravações. O efeito zumbi aos poucos deixou de ser visto no aficcionado por televisão.
E se o público era obrigado a ver o que as emissoras programavam para ele ver, muitas vezes respeitando contratos de patrocinadores com intúito comercial a fim de vender produtos espúrios ou grupos políticos interessados em moldagem de opinião ou engenharia social, essa imposição caiu por terra, pois, em seus momentos de ócio em casa ele deixou de ser refém da frase "deixe eu ver o que tem na TV". Os telejornais perderam força no sentido de desinformar a massa.
As façanhas que inerentemente o videocassete – ou VCR – herdou ficaram para serem cumpridas por seus sucessores – videolaser, DVD, Blue-ray –, os quais não tiveram vida longa, mas, passaram o bastão para a atual plataforma de stream vídeo, que vem desempenhando preocupantemente, para alguns empresários e acionistas, a tarefa, jogando cada vez mais para a extinção as duas primeiras vítimas do videocassete: o cinema e a televisão.
Veja no Youtube a matéria em vídeo e conheça o acervo de VHS do Brechó dos Vítor:
Vídeo 1: Apresentação
Vídeo 2: Acervo Brechó dos Vítor
Vídeo 3: Matéria sobre videocassetes da Philco.
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