Finalizado no Youtube a demonstração dos álbuns de vinil do acervo Brechó dos Vítor, vamos dar a vez aos álbuns de figurinhas.
A palavra "álbum" tem sua etimologia ligada aos antigos romanos, que em uma tábua ou painel em branco transcreviam e expunham à leitura pública frases comemorativas, éditos dos pretores, posturas, anúncios etc. (FONTE: Dicionário Priberam)
Essa ideia evoluiu. E hoje as tábuas ou painéis em branco viraram livros, cadernos, agendas, folhas de cartolina, mídias de armazenamento (CD, DVD, HD, pendrives, cartões de memória) ou qualquer superfície onde se pode fixar organizadamente registros como fotografias, vídeos, músicas, escritos.
Até nos aros das bicicletas já foram parar desses registros. É o que acontecia com as chapinhas metalizadas repetidas do álbum Chapinha de Ouro de 1974.
Ilustrando os pavilhões da Feira Mundial de Comércio, as primeiras figurinhas — também conhecidas como cards ou cromo — datam de 1867. A Litografia Bognard, de Paris, foi a editora pioneira.
do cigarro Marquis de Lorne.
Logo, surgiram os cards do cigarro Marquis de Lorne, as imagens de tabuleiro usadas em 1879 nos Estados Unidos para reforçar os maços de cigarro da mesma marca. (FONTE: Collectibles.)
Em 1961, os irmãos italianos Giuseppe e Benito Panini, donos de banca de jornal, lançaram o primeiro álbum de figurinhas colecionáveis. Ele ilustrava os times e jogadores do Campeonato Italiano de Futebol.
Popularizava-se com isso o hobby de colecionar cromos de todos os temas e iniciava-se ali uma tradição que se tornou marco das copas do mundo.
No Brasil, embora colecionar figurinhas seja um dos passatempos mais divertidos e saudáveis para crianças e adultos, o costume iniciou-se com um matarrato. Em 1895, a fábrica paulista França & Mursa lançou, como parte das embalagens de seus cigarros baratos, a série de ilustrações "Marinha Brasileira".
Passou pela publicação da tabacaria Estrela de Nazareth, na qual a bandeira de um país era a ilustração de cada uma das 60 figurinhas.
E ganhou o gosto popular em 1925, quando para se fixar no mercado a Eucalol lançou um álbum e quem comprava uma caixa com três sabonetes levava de brinde três figurinhas.
As estampas Eucalol viraram música na voz e violão do cantor baiano Xangai.
E pelas "Balas futebol" da indústria A Americana Ltda, que teve a ideia de embalar figurinhas com o rosto dos jogadores da Copa de 1950, sediada pelo Brasil.
Na transição dos anos 1960 para a década seguinte surgiram os álbuns de prêmios. Completar páginas de álbuns de figurinha passou a significar contemplar prêmios pela façanha.
O "Tigrão da sorte" foi o meu favorito. Nas páginas do livro "Os meninos da Rua Albatroz" há uma cutucada nas editoras de outrora, que faziam os colecionadores imaginarem que era possível completar as páginas que continham as melhores premiações, porém, se levantava bastante suspeitas se era mesmo. Às vezes comprávamos em localidades diferentes produtos contendo colecionáveis para verificar se por lá se via algo diferente.
Os pacotes de figurinhas tinham lá o seu frisson. Agrupados e presos em gomas de borracha à espera de serem retirados aleatoriamente pelo jornaleiro na hora da compra de um colecionador faziam a gente desejar que o vendedor tivesse mão boa.
Mesmo quando o pacote era a própria embalagem do produto promovedor da coleção.
Uma memória boa também é fazer grude com farinha de mandioca ou de trigo para colar as figurinhas nos álbuns. Os cromos autocolantes acabaram com essa farra, que ficou limitada à produção de pipas. As colas Cascolar e Tenaz, que se pedia muito nas listas de material escolar, passaram a serem esquecidas nas férias.
No acervo dos Vítor restaram três álbuns de figurinhas. Apenas os que foram lançados na época ou após a época em que aflorou na família a intenção de guardar para a posteridade objetos que pertenceram ao cotidiano dos Vítor. Graças à Deus, boa parte dos álbuns que os Vítor preencheram foram encontrados pela internet à fora no formato digital.
Os heróis da resistência foram os álbuns "Galeria Disney", Versão de 1982 do álbum de 1976 da Disney, que introduz a personagem Biquinho, o sobrinho do Peninha, criado pelo brasileiro Waldyr Igayara.
Biquinho apareceu apenas em traço na revista Mickey número 353. Um concurso envolveu os leitores da revista para decidir as cores do pato antropomorfizado.
"Ping Pong na Copa 82". Registro bem apanhado da Copa da Espanha de 1982. A moçada da época enjoou de mascar chiclete para encontrar as figurinhas.
A seleção de Telê Santana foi à Vila Olímpica do Clube Atlético Mineiro treinar. Nisso, pintou oportunidade para que os meninos do bairro onde se localiza o antigo campo de treinamento preenchessem cadernos com autógrafos de todo o escrete. O do Zico foi parar na respectiva página do álbum do acervo dos Vítor.
E, por fim, "O retorno do Jedi". Álbum de figurinhas de 1983, cujos cromos contém cenas do filme "Guerra das Estrelas: O retorno de Jedi", que fez estrondoso sucesso nos cinemas de Belo Horizonte no mesmo ano.
E são eles que irão nos refrescar a memória para apresentar no Youtube as curiosidades sobre o segmento cultural e os prazeres que eram experimentados quando se dedicava a colar figurinhas — os chamados cromos — nas páginas dos livros ilustrados. Ambos os impressos geralmente se comprava em banca de jornais, embora tenha havido um tempo em que uma mercearia era uma das opções de comércio.
Inscreva-se em nosso canal do Youtube para acompanhar esta postagem em vídeo e as demais publicações baseadas nela que virão.
Colecionei o Galeria Disney e o Retorno de Jedi (morava em BH)
ResponderExcluirum abraço!
https://www.youtube.com/user/rodolfovideoz/videos
Muito obrigado pelo comentário. Visitei seu canal. Bacana!
ResponderExcluir